TÍTULO DOS AMARELOS
Os campeonatos nacionais europeus são disputados por três, no máximo, quatro times. A diferença do campeão para o quinto colocado costuma superar os quinze pontos na tabela de classificação. Na Espanha não é diferente. Barcelona, Real Madrid e Valencia são os virtuais campeões já no começo da temporada, e todo ano tem um “bicão”, mas que não costuma levar a taça. Esse ano o intruso é o Sevilla.
Depois Barcelona e Sevilla se alternarem na liderança, a temporada chega à sua última rodada com o Real Madrid a uma vitória do título espanhol. É claro que o Barça quer levantar o tricampeonato e que o Sevilla quer ganhar um nacional depois de 51 anos. Assim como o Real quer acabar com um jejum de três temporadas. Mas parece que ninguém quer vencer este campeonato.
Ao longo de toda a temporada, sempre que algum time tinha a chance de disparar na frente da tabela classificação, acabava tropeçando. O que acabou deixando a disputa pra lá de emocionante, mas irritante para os torcedores. Neste sábado (8), o único que dependia de suas próprias forças era o Real Madrid, mas o time merengue apenas empatou com o Zaragoza, fora de casa. Seria a perda do título, não fosse o conformismo do Barcelona diante do Espanyol, e a “síndrome de anão” do time do Sevilla, no confronto contra o Mallorca.
Justiça não é a palavra que mais se encaixe no futebolês, mas a penúltima rodada do espanhol coroou o único time, entre os três que disputam o título, que jogou com postura de campeão. Enquanto o Real Madrid literalmente correu atrás do placar, sempre adverso contra o Zaragoza, Barça e Sevilla cadenciaram as partidas que podem definir o trabalho de toda a temporada. O time catalão se lamuriava pela eliminação na Copa dos Campeões e o Sevilla se preocupava com o título da Copa da UEFA. Foi quando o técnico do Real Madrid, Fábio Capello, finalmente saiu da lista de demissões da imprensa para fazer o que sabe melhor, montar uma equipe campeã. Capello é um caso típico de treinador que precisa de tempo para trabalhar e, no caso dele, esse tempo não é muito longo. Mas o Real Madrid não chega a um passo do título apenas por méritos próprios. O descaso do Barcelona, principalmente, em partidas decisivas, ajudou seu maior rival nesse revés a poucas rodadas do fim. O time de Ronaldinho Gaúcho e cia, neste ano, nunca combinou tanto com a cor do seu segundo uniforme, AMARELO.
Caso a justiça resolva agir mais uma vez nos campos espanhóis, o Real Madrid levanta mais um nacional na semana que vem. O Sevilla, se serve de consolo, ganhou um título europeu este ano e está na final da Copa do Rey. E para o Barcelona restou apenas a possibilidade de vender Ronaldinho por cifras astronômicas e encher o cofrinho para a próxima temporada.

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