sábado, 9 de junho de 2007

AZAR? SÓ SE FOR DA BOLA

Já faz algum tempo que o técnico do Palmeiras, Caio Júnior, dá a mesma entrevista após as partidas. O treinador sempre diz que seu time jogou melhor, teve mais oportunidades, mas que infelizmente o time não venceu. Será mesmo culpa do azar? A solução seria dar um banho de sal grosso em todo elenco palmeirense? Está na hora de jogadores, comissão técnica e dirigentes fazerem seu trabalho e deixarem o gato preto em paz.
Desde a saída de Vágner Love, em 2004, o Palmeiras não teve mais um grande goleador no elenco. Todas as experiências no ataque alviverde foram um fracasso. E desde o começo deste ano a diretoria promete um grande nome, um verdadeiro artilheiro, para jogar ao lado de Edmundo. Até agora, nada. Mas o problema do alviverde paulista não está apenas no ataque, o time é carente de bons jogadores em quase todos os setores do campo. Ou melhor, o time só está bem servido de goleiros, com Diego e Marcos. A zaga, desde o começo da temporada, foi um dos setores mais reforçados, mas até agora não mostrou nenhuma segurança. Dininho desaprendeu a jogar, Edmílson está sempre mal posicionado, assim como o garoto David, que irá desfalcar o time para disputa do Mundial sub-20. Desfalcar é modo de dizer, suas falhas, nas duas últimas partidas, comprometeram seu status de revelação do time.
A torcida do Palmeiras já nem lembra mais a última conquista do clube na primeira divisão. Não lembra, sequer, do time estar em uma final, ou mesmo disputando a primeira colocação em algum torneio. Uma seqüência de erros, mandos e desmandos, e apostas frustradas, acabaram desgastando a imagem do clube mais vitorioso da década passada. Nenhum desses erros tem a ver com azar. É retrato da má gestão do futebol, desde o fim do contrato com a Parmalat. Não adianta fazer figa, pendurar ferradura atrás da porta ou chamar o Pai Robério de Ogum. Futebol, nos dias de hoje, é planejamento. Os resultados aparecem dentro de campo, não na encruzilhada do Palestra Itália. Futebol é gol, não uma galinha preta com cachaça.
Quanto a partida de sábado (8), o jogo foi típico das últimas performances palmeirenses. Domínio da posse de bola, sem nenhuma objetividade. Valdivia mais deitado do que em pé. Os “artilheiros” perdendo aqueles gols que até a vovó faria. E a zaga falhando em bolas aéreas. E, é claro, o treinador Caio Júnior achando que está tudo uma maravilha, o resultado, um empate em 1 x 1 contra o Botafogo, foi apenas uma questão de falta de sorte. Ou seja, tudo bem rotineiro para o torcedor palmeirense. Não precisa nem jogar os búzios para prever este tipo de atuação.

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