ESTIGMA
Não importa quantas lágrimas Edmundo derrame. Nem quanto ele se arrependa dos seus atos passados. Ele sempre será o boleiro bad boy. Numa partida pra lá de chata, o único lance mostrado nos programas esportivos foi o drible de corpo que o atacante deu no técnico Caio Júnior ao ser substituído.
Aos 40 minutos do segundo tempo, ao ser sacado do time, Edmundo saiu com cara de poucos amigos e não respondeu ao cumprimento do treinador palmeirense. A atitude do jogador repercutiu mais do que qualquer coisa no clássico. Apesar disso não foi surpresa para ninguém. O que mais se ouviu foi que “o Edmundo é assim mesmo”, “quem contrata ele tem que ler a bula”. E coisas do gênero. O que todos profetizaram como uma eminente crise entre técnico e jogador foi contornado pelo próprio Caio Júnior, e também com o pedido de desculpas de Edmundo a todo o elenco.
Desde o início da carreira, Edmundo era tido como um jogador com sérios problemas de desvio de conduta. Dentro de campo sempre foi um craque. Mas fora dele colecionou problemas com treinadores, jogadores, com a justiça e até com a Associação Protetora dos Animais. Esse é o mau e velho Edmundo.
Depois de quase encerrar a carreira no Nova Iguaçu, ganhou uma chance no Figueirense. Dali mesmo jurou amor eterno ao Palmeiras. A torcida pediu e ele voltou. É, novamente, peça fundamental no elenco palmeirense e não se cansa de falar o quanto é bom estar no clube do qual nunca deveria ter saído. Aos 36 anos, são visíveis as mudanças de comportamento de Edmundo. Quem antes era um divisor de águas no elenco, hoje é um dos líderes. Tem o respeito de jogadores, comissão técnica e diretoria. E se dá a esse respeito. Está mais profissional do que nunca. E em tempos de baixo orçamento nos clubes brasileiros, recusou uma oferta mais vantajosa financeiramente do futebol dos Estados Unidos e permaneceu no Palmeiras. Para, como ele mesmo disse, terminar o que começou. É um dos últimos com esse tipo de fidelidade ao time no Brasil. Esse sim, é o bom e novo Edmundo.
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