sábado, 2 de junho de 2007

LIÇÃO À FRANCESA

Na história recente da seleção brasileira, o nosso maior carrasco com certeza é o time da França. Depois das Copas de 1986/98/06, viramos fregueses da turma do croissant. Mas o treinador da nossa seleção, Chapolin, poderia tirar algumas belas lições da estrutura dos franceses.
Enquanto Dunga usa o selecionado tupiniquim para fazer experiências dignas do Dr. Frankenstein, o franceses apostam no que tem de melhor. Em um jogo contra a fraca Ucrânia, desfalcada de Shevchenko, o técnico francês armou um time vitorioso. Sem poder contar com Henry, ele não inventou colocando, por exemplo, a jovem promessa do Lyon, Benzema. Jogou com um reconhecido artilheiro, o vetereno Anelka. A França não estava ali para fazer um jogo exibicionista, foi mesmo para ganhar. Claro que podemos discutir que a Eurocopa é uma competição muito importante, e bem organizada, diga-se de passagem, para as seleções do continente e tudo mais. Mas isso já é outra história.
Enquanto em outros países, fazer parte de uma seleção é a consagração de todo jogador, aqui no Brasil o craque da rodada já está pré-convocado. Temos os melhores jogadores do mundo, por um motivo que só a ciência explica. Será que é tão difícil montar um time com onze jogadores? Com base nas convocações de Dunga, temos mesmo 55 selecionáveis? Podemos culpar jogadores consagrados, que diante de toda essa bagunça, prefiram sombra e água fresca em vez de honrar a amarelinha?
Para responder todas estas questões passamos por interesses de patrocinadores, confederações, empresários e todo e qualquer parasita do futebol. Mas esse tipo de interesse não subjuga apenas os jogadores brasileiros. Onde há um grande jogador, pode ter certeza que há também um grande patrocinador com um contrato em euros. Os problemas da seleção brasileira começam lá em cima, com o vitalício Ricardo Teixeira. Dunga é apenas um peão, assim como os jogadores, em um jogo armado pelo presidente da CBF. O problema é um técnico de seleção concordar em fazer parte de todo este mar de lama. A valentia de Dunga morreu nos gramados, agora ele é só um mero boneco de ventríloquo. Ou alguém acredita que ele tenha acompanhado o tal Afonso no campeonato holandês? Ou pior, os jogadores que jogam na Rússia e Ucrânia, ele foi até lá para acompanhar suas atuações? Ou viu pelo DVD de seus respectivos empresários? Eu também gostaria de saber em quais canais que passam estes dois campeonatos para, assim como Dunga, poder acompanhá-los.

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