quinta-feira, 14 de junho de 2007

DE LISTAS E MUTRETAS

Destaquei a frase do deputado peemedebista Marcelo Almeida (abaixo) e olhe o que eu encontrei no blog do Reinaldo Azevedo:

Reforma política, ilusão idealista e espertalhões

Há um esforço para votar na semana que vem a tal reforma política. Exceção feita à fidelidade partidária — o não-cumprimento desse preceito é, de fato, uma das fontes do mercadão do Congresso —, o resto não passa de soluções fáceis — e erradas — para problemas difíceis, lembrando H. L. Mencken. Voto em lista fechada seria o mesmo que entregar o processo político às oligarquias encarquilhadas dos partidos. Mais: cria a figura do deputado sem cara. Tenho pra mim que, no modelo atual, um Delúbio Soares jamais seria eleito. Mas teria toda a chance de ser deputado pelo sistema de listas. Isso só para citar uma notória reputação.
O financiamento público de campanha é, de um lado, uma fantasia idealista e, como tal, uma bobagem prática; do outro, é obra de espertalhões. Não há uma só razão para que o dinheiro privado e estatal, por vias indiretas, não continue a encher as burras do caixa dois. Ademais, como prova a Gautama, a eleição nem é o melhor momento para comprar parlamentares, não é mesmo? Depois de eleitos, o investimento pode ser maior. Mas é bem mais seguro.
Tudo isso não passa de ilusões um tanto cretinas para tornar, como eles dizem, mais “transparente” a democracia. Besteira. Consegue-se mais transparência evitando a impunidade, por exemplo. O homem chamado Cafeteira (PTB-MA), relator do caso Renan Calheiros no Conselho de Ética, seria outro se as regras pretendidas para a reforma estivessem em curso? E Sibá Machado?
Com a devida vênia: alguns inocentes até podem achar que as duas medidas, com efeito, atendem ao interesse público. Mas só vai atender aos anseios dos políticos. Os caciques partidários terão um poder maior do que já têm hoje e ainda mais dinheiro: o nosso dinheiro.

Alternativa
Como alternativa, pensa-se num sistema que misture voto em lista como voto em indivíduos. O eleitor primeiro escolheria o partido e, dentro do partido, o candidato. É preferível ao modelo da lista fechada. Mas, de novo, arrasta para o futuro, por inércia, o atual statu quo. Quem já está melhor no filme sai beneficiado. Minha posição de princípio é outra. A escolha, já que temos de escolher, tem de ser a mais livre possível.

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