DE DAR ENGULHOS
Escrevi sobre o "espírito de corpo" que assola o país na coluna de segunda-feira do Jornal do Estado (leia aqui) e eis que ele se manifesta na sua variação mais repugnante: a do "espírito de porco".
Senão como explicar a decisão da Câmara Municipal de Colombo, de absolver o vereador Joaquim Gonçalves de Oliveira, o Oliveira da Ambulância, do processo de cassação. Em janeiro do ano passado, Oliveira foi preso depois de espancar e acorrentar o enteado de 9 anos à cama. Mesmo cometendo um crime com requintes de crueldade, o parlamentar foi poupado pelos seus pares.
Se há alguma ironia nisso tudo é que o mesmo Oliveira, que tem longos bigodes e ganhou o apelido porque alugava uma ambulância para transportar doentes, pertence ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS).
E, acredite, não é o caso mais escabroso de perdão entre políticos no Paraná. O detentor do título (escabroso) continua sendo o presidente da Câmara de Reserva, Flávio Hornung (PMDB), réu confesso do assassinato do presidente do PCdoB no município, Nelson Vosniak. Ele também respondeu a processo de cassação e, ainda assim, teve o seu mandato preservado. Pior, nem sequer foi expulso pelo partido no qual é filiado. Sim, o velho PMDB de guerra de Requião.

Um comentário:
A política brasileira pelas ações de seus pares, continua corporativista.
Ao eleger um político, dando-lhe o mandato para representar com decoro e ética, no entanto, usam da prerrogativa em causa estritamente própria. Esta classe com algumas excessões nos faz sentir envergonhados, como a pior espécie que parasita o planeta.
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