segunda-feira, 28 de maio de 2007

OS ZUMBIS DAQUI

No Japão terra de haraquiri (ei bebuns, não confundir com daiquiri) não há novidade no suicídio de um ministro como Toshikatsu Matsuoka. No metrô japonês é comum adolescentes se atirarem na linha porque foram reprovados nos exames finais ou executivos porque perderam o emprego. De certa maneira, os asiáticos mantêm a tradição de aniquilar-se em nome da honra, da desgraça ou de um pouco das duas.
No Brasil, longe vai o último suicídio de uma autoridade. Se não me falha a história, foi Getúlio Vargas lá no longínquo 54 do século passado.
Esperar que um ministro, deputado, senador enforque-se nas cordas do escândalo é querer demais. No máximo, vive-se um ostracismo temporário que lufa como a memória do brasileiro. Exemplos não faltam. Quantos políticos não foram arrastados para o olho do furacão das denúncias para depois serem ressuscitados pelas urnas. Se o Japão prima pelo suicidas, portanto, o Brasil prima pelo zumbis. O morto de hoje é e sempre será o vivo de amanhã. Duvida? Ei Maluf, explica pra eles.

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