DOIS NÚMEROS DA CABALA
A coluna Toda Política desta quinta-feira no JE.
Esta semana que finda – para usar um termo que a Imprença adorava – deixa em suspense dois números cabalísticos ainda a decifrar. Um deles é o número 23 porque 23 são os governadores que figuram no listão da Gautama em poder da Polícia Federal. Se a curiosidade não coça, imagine que, nesse bolo, apenas quatro dos 27 governadores do país sairiam ilesos do esquema de fraude em licitações para beneficiar obras fantasmas ou superfaturadas.
No Paraná, o advogado e jornalista Dilermando Nonato da Cruz se viu em palpos de aranha, ao ser citado em gravação. Há mais. A Empresa Engevix que prestou serviços ao governo e doou R$ 100 mil à campanha de, ora ora, Roberto Requião, em 2006, também faz parte do angu. Não é pouco.
O outro número cabalístico está à espera de revelação. Mas há pistas do seu paradeiro. Em sua coluna de ontem, na Folha de S. Paulo, o jornalista Fernando Rodrigues (que tem livre trânsito no Paraná) divulgou o número de filiados do PT que ocupam cargos federais e estão em situação de inadimplência com o partido: 2.842. Acrescente-se que esse montante se refere apenas a nove das 27 capitais do país e exclui diretórios de grande concentração de militantes como os de São Paulo e Rio. O número é importante pelo que ele presume. Se há mais de 2 mil petistas pendurados no governo federal com o dízimo atrasado há que se dimensionar o número de petistas com o “carnê” em dia beneficiando-se dos cargos públicos colocados à disposição pelo partido, seja na administração direta ou indireta. É um dado alarmante e que, só para efeito de ilustração, desconsidera os postos ocupados pela petalhada nos estados ou nas centenas (milhares?) de prefeituras.
Por essas e outras é que há quem aposte que o tal número cabalístico ultrapasse a casa dos cinco dígitos e revele que a arrecadação em dízimo do partido, só entre os “federais”, ultrapassa a marca dos R$ 5 milhões cravados em 2006.
Se vale como consolo, registre-se no cenário paranaense que o PMDB – um partido saco de gatos por excelência – não exige de seus membros contribuição compulsória, apesar do evidente loteamento de cargos.
O que não é exatamente um alívio. Comenta-se que, por aqui, peemedebista não paga dízimo, pega. É uma letrinha, mas faz uma diferença...
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